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Continue comprandopor Anna Paula Buchalla | fotos Carol Sales edição de moda Bruno Uchôa | styling Larissa Romano | beleza Mel Dantas
Tudo que ela não é…é previsível. Isso vale para sua personalidade, seu guarda-roupa, sua casa e sua marca, a Ryzí, de sapatos e bolsas estilosíssimos, com identidade estética baseada nas cores e nas formas geométricas. Luiza Mallmann só tem 26 anos, mas muita história para contar e para catalogar – das peças do closet ao mobiliário inspirado no modernismo das décadas de 1950 e 1960, tudo o que guarda (e usa!) carrega uma memória afetiva.
Comecemos pelo seu apê, que tem tudo a ver com seu guarda-roupa. Desde pequena, Luiza via o prédio de concreto aparente do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, quando andava pelos Jardins, em São Paulo, e dizia que um dia moraria ali. De tanto passar pela porta e perguntar por uma unidade vaga, conseguiu, há pouco mais de um ano. Para lá, se mudou com o namorado holandês e o chihuahua Gregório. Do fogão e do forno ao piso e à parede, tudo é original da época. “Acendo o fogão com fósforo e o aquecimento da água do chuveiro tem tempo limitado”, ela conta rindo. São apenas pequenos vieses de uma vida que busca resgatar memórias, as dela e as da coletividade. Na casa, a sala é repleta de tapetes coloridos – “a cada viagem que faço trago um”, diz Luiza. Neles, ela adora se estirar para assistir filmes e papear. A cozinha é toda verde. Os móveis são de antiquário e até os sofás novos têm cara de antiguinhos. “Meu namorado brinca que parece que vivemos no passado”, diverte-se. “Gosto de coisas com história”.
A cor sempre esteve presente na vida da designer, que cursou moda no Central Saint Martins, em Londres, e Fotografia de Moda no London College of Fashion. E os temas que acompanhavam as cores também eram uma constante em sua rotina. De pequena, ora vestia-se toda de joaninha, ora só de amarelo e preto, néon de cima abaixo ou de all jeans, e sempre com acessórios, muitos deles – “e minha mãe que lidasse com isso”. Tamanha originalidade provocava comentários e, na adolescência, ela optou por se vestir de preto da cabeça aos pés. A fase all black durou dos 15 aos 19 anos, quando ouviu de uma colega que seu look era standard. O comentário doeu aos ouvidos de Luiza, exatamente o oposto do que sempre foi e ainda é: original e nada previsível.
Foi quando resgatou as peças coloridas de seu armário. Dos chapéus aos sapatos, o que unia o seu visual era novamente um tema. “Sou extremamente temática. Crio histórias na minha cabeça e sigo sem medo de fazer o diferente”. As coleções da Ryzí e da DL Store, sua segunda marca de bolsas, sapatos e roupas, também seguem essas narrativas, que vão de fadas e princesas da Disney a uma viagem que a inspirou, uma série, uma música. A última de suas fases temáticas foi baseada em alliens. “Até meu Instagram só tinha coisas de alienígenas”, conta. “Sou muito visual, trago muitas referências na minha cabeça evou resgatando esses ‘arquivos’ aleatoriamente”, ela explica sobre seu método de criação. Basta entrar no closet de Luiza para entender seu universo criativo e bem-humorado, um sopro de ar fresco na mesmice que se vê por aí. Uma bota rosa aqui, uma bolsatriangular ali, casacos com estampas mil, calças multicoloridas – tudo junto e misturado, com bom gosto, claro.
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“Meu armário é uma pequena grande confusão. Gosto de brincar de styling e cuido das minhas roupas como se fossem coleções. Há pessoas que colecionam fotos, outras, perfumes, eu coleciono roupas como memórias. Elas são todas catalogadas e etiquetadas”. Não há compras sem sentido em suas gavetas e prateleiras, muito menos peças de fast fashion. “Só compro coisas que vão durar. Até minhas camisetas...algumas duram mais de cinco anos”.
Luiza usa as próprias roupas para fazer o styling da Ryzí. E os acessórios da sua marca autoral estão nos seus looks do dia a dia.
“Não consigo sair de casa sem uma peça minha, um sapato ou uma bolsa, faz muito sentido com meu estilo”.
A verdade é que ela não passa despercebida. Seu visual coloridíssimo e inventivo salta aos olhos de umaforma divertida, leve, alegre como ela. E é assim no seu refúgio também, regado a flores compradas na feira de rua de domingo, velinhas com cheiro espalhadas por todos os
cômodos, e cristais e plantas em lugares estratégicos da casa para energizar. O que há de mais precioso lá dentro, para além do amor, ela diz, é a sua interminável coleção de pinguins, irreverente, incomum e cheia de personalidade. Pura diversão, assim como a própria Luiza.